sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Pé de sol





Eu quero mesmo é um pé de sol. Irradiando calor nas manhãs cinzentas. Transformando em luz os escuros do peito. Removendo o ácaro das prateleiras mentais. Germinando meus pensamentos ainda em semente.
Quero um pé de sol no meu quintal. Fazendo fotossíntese na minha alma. Transformando em energia o que precisa florescer. Quebrando o gelo. Queimando os papéis velhos. Reluzindo os sonhos por vir. 
Meu pé de sol, é chegada a hora da colheita.
E como um girassol te sigo.
Me abraça forte ... e me renova a sorte.

v i d a



A vida é cheia de surpresas. Sustos. Espantos.
A vida é cheia de alegrias. Sorrisos. Gargalhadas.
A vida é cheia de dores. Lamentos. Lágrimas.
A vida é cheia de dúvidas. Questões. Interrogações.
Vida é assim.
Antes cheia que vazia.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Reticências poéticas

Chegou o tempo da seca esturricante. Que incendeia nossos dias com umidades tímidas e vento cortante. Uivantes sentimentos contraditórios. Mas como não pensar em poesia quando me deparo com pinturas amarelas salpicadas na aridez da minha cidade? No auge da seca ele floresce. E quanto exemplo de resiliência o ipê nos oferece. Mesmo com todas as adversidades, ele sempre volta, inteiro, premiando com potes de ouro qualquer passageiro desavisado. E um contraste inigualável de cores se faz. Consagrado como um símbolo de força e resistência, vem inspirar a transformação. Mesmo quando tudo está seco é aí que se dá a renovação. Salve ipê amarelo! Traz vida e encanto.  Povoa com quimera o que está obscuro e sem sentido. Tuas flores são como borboletas a passear no ar. E mesmo quando ficam cansadas se deitam no chão para enfeitar a paisagem.
Salve ipê amarelo!
Tua intensidade me espanta.
E mesmo com tua estada breve
deixa um rastro de reticências poéticas.