quinta-feira, 29 de maio de 2014

Compasso do tempo

  
 
Tem dia que, de um segundo pro outro, vira poesia.
Tem silêncio que, de um minuto pro outro, vira presença.
Tem inquietude que, de uma hora pra outra, vira aconchego.
Tem juízo que, de um dia pro outro, vira poeira.
Tem rock que, de um acorde pro outro, vira blues.
De um olhar pro outro,
tem chão árido que vira tapete de flores.
E o compasso do tempo pára.


quarta-feira, 14 de maio de 2014

Cronômetro da vida

 


 

Às vezes tenho um pouco de preguiça de gente rancorosa. Gente que guarda dentro de si o que precisa ser resolvido do lado de fora. Gente que escolhe se esconder, e encolher, do que esticar e perceber que é possível relativizar.
Diante de tanta coisa difícil que tem na vida, penso que rancor é como um passo de caranguejo. É mesmo andar pra trás e escolher azedar o coração. Entornar a poção. Dilacerar a razão. Sem perceber, e agradecer, a oportunidade de melhorar. De perdoar. De oferecer em vez de recolher.
Sou a favor da generosidade. Aquela generosidade feita de braços abertos e sábios. Porque uma mágoa guardada não tem uma morada feliz. Mas uma mágoa trabalhada... ah, essa vira força motriz.
Esse é um convite para mudar o olhar e engrandecer a alma.
O cronòmetro da vida agradece.