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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Reticências poéticas

Chegou o tempo da seca esturricante. Que incendeia nossos dias com umidades tímidas e vento cortante. Uivantes sentimentos contraditórios. Mas como não pensar em poesia quando me deparo com pinturas amarelas salpicadas na aridez da minha cidade? No auge da seca ele floresce. E quanto exemplo de resiliência o ipê nos oferece. Mesmo com todas as adversidades, ele sempre volta, inteiro, premiando com potes de ouro qualquer passageiro desavisado. E um contraste inigualável de cores se faz. Consagrado como um símbolo de força e resistência, vem inspirar a transformação. Mesmo quando tudo está seco é aí que se dá a renovação. Salve ipê amarelo! Traz vida e encanto.  Povoa com quimera o que está obscuro e sem sentido. Tuas flores são como borboletas a passear no ar. E mesmo quando ficam cansadas se deitam no chão para enfeitar a paisagem.
Salve ipê amarelo!
Tua intensidade me espanta.
E mesmo com tua estada breve
deixa um rastro de reticências poéticas.