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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Inimaginável

Quando pensei em me tornar mãe jamais poderia saber o que estava por vir. Imaginava sim. Imaginava um estado de graça, descrito por tantos, uma alegria constante, uma vida renovada. Imaginava dias coloridos e muitos sorrisos. Mas tudo isso foi pouco. Pouco diante da experiência mais incrível de minha vida. Ser mãe é para mim a melhor escola que eu já tive. Tenho os melhores professores da minha vida dentro da minha casa. São dois. E são únicos. E são fantásticos. E são incansáveis na tarefa de me melhorar. E são mestres da alegria. E são doutores do amor. É diante deles que me curvo todos os dias para agradecer o dia que amanhece, o alimento na mesa, a saúde física e mental, o desejo de melhorar, a luta diária, os acertos e os erros também. Foram eles que me ensinaram a ser criança de novo. Aquela criança que estava esquecida e que tinha perdido a espontaneidade há tanto tempo. Graças a eles, hoje cumprimento árvores, observo o fantástico mundo das formigas, visto fantasias inusitadas, tenho minhas mãos encharcadas de tinta, em vez de apenas usá-las na paleta de cores do computador. Graças a eles voltei a olhar o céu para identificar figuras nas nuvens. Que delícia. Graças aos meus doutores tenho asas nos pés. Visito Marte uma vez ao dia. Jogo futebol com bola de meia. Faço mergulho com garrafa pet. Pizza com disco vinil. Canto alto, bem alto, no carro e no chuveiro, fazendo coro com meus maestros. E não precisamos de nenhum instrumento musical para que nossa orquestra seja perfeita. Sou garçonete. Caminhoneira. Sou frentista. Bancária. Jornalista. E fazemos reportagens especiais, campanhas publicitárias. Nossos mares têm tesouros. Eles são piratas, peixes, tubarões. Sou sereia. Sou princesa. Na verdade, a rainha da casa. Sou MÃE. E nunca um título me fez tão feliz. Sou professora. Sou uma aluna dedicada. Ávida por mais. Por tudo mais que eles puderem me oferecer. E ensinar. Com a maestria de poucos. Para a alegria de muitos. Sou ávida por tudo de bom que minha imaginação ainda não conseguiu imaginar. Por tudo o que o poderoso e milagroso processo da fecundação não lhes impeça de ser.