"A psicologia tomou essa imagem emprestada da física, definindo resiliência como a capacidade do indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse, etc. No campo das relações humanas, é compreendido como um processo que excede a simples superação de experiências, já que permite ao indivíduo sair fortalecido por elas, superar, o que necessariamente promoveria a saúde mental."
Então era isso. Quanto mais compreendia o significado daquele termo, mais ele se amplificava e ecoava dentro de mim. Não basta superar os obstáculos, é preciso ser mais forte do que antes. Antes daquela tempestade, avalanche, enchente, tormenta. Pode chamar como quiser o seu problema. Porque, afinal de contas, ele é seu, e só você sabe o peso que ele te traz. Entendi também que, quanto maior o problema, mais fortalecido se pode sair do embaraço. Mas não é uma simples tarefa. A resiliência tem e deve ser conquistada por nós. Passei então a me enamorar do termo. Ficamos namorando um bom tempo. Sabe início de namoro, quando você quer saber o máximo do outro? Foi assim. Descobri que uma pessoa resiliente não se abate facilmente, usa toda a sua energia para lutar e, o melhor, não culpa ninguém pelos seus fracassos. Isso para mim foi o melhor. E o casamento aconteceu. Meu e da resiliência. Busco ela diariamente. Trago-a para o meu convívio sempre que preciso. Sinto que minha capacidade de envergadura aumentou. E o aprendizado obtido com os obstáculos tem sido revigorante. E quando me lembro daquele dia que ouvi pela primeira vez 'resiliência', e que já faz tanto tempo, minha alma sorri. Porque hoje sou mais plena que antes. Uma poetisa que tanto amo, há muito tempo, muito antes disso, já me dava esse precioso recado: R-E-S-I-L-I-Ê-N-C-I-A.
"Aprendi com a primavera a cortar-me e a voltar sempre inteira".
Quanta resiliência Cecília!